Ano após ano, o supermercado vira sinônimo de aperto financeiro. Em 2025, a história se repetiu com força: itens essenciais da cesta básica ficaram mais caros, forçando o consumidor a gastar mais para colocar comida na mesa.
Os números vêm do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), inflação oficial medida pelo IBGE e revelada em 10 de dezembro. De janeiro a novembro, "alimentação e bebidas" subiu 2,67%, impulsionado por produtos com altas acima de 20%.
Veja o top 10 dos vilões do bolso:
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Pimentão
Alta de 40,13% no ano, segundo o IBGE. Verde, vermelha ou amarela, na salada ou refogada, a hortaliça sofreu com ondas de calor, secas prolongadas e chuvas fortes que atingiram polos produtores, cortando a oferta. Sensível a temperatura, umidade, pragas e problemas na safra de inverno – especialmente julho –, registrou a maior alta do IPCA. -
Café moído
Após 39,60% em 2024, nova disparada de 36%. Culpa da safra brasileira fraca: seca e calor no terceiro trimestre de 2024 danificaram a florada, reduzindo cerejas e grãos de qualidade. Preços do grão verde explodiram, pressionando toda a cadeia. -
Manga
Campeã entre frutas, com 28,85%. Clima extremo (calor e chuvas acima da média) mais tarifa de 50% dos EUA – maior comprador da fruta brasileira – bagunçaram tudo. Frutas ruins para exportação caíram no mercado interno, e produtores anteciparam envios em setembro por medo da tarifação, esvaziando a oferta nacional. -
Pepino
Subiu 25,99%, vítima do clima traiçoeiro: chuvas excessivas e calor que derrubaram a produção. Altamente sensível a esses eventos extremos. -
Café solúvel
Alta de 22,66%, reflexo da safra ruim, mas menor que o moído por usar menos matéria-prima. O encarecimento do grão é o motor principal. -
Melão
De queda de 3,61% em 2024 para alta de 18,09% agora. Calor excessivo e chuvas comprometeram qualidade e logística. -
Batata-doce
Começou barata, mas de setembro em diante virou 17,71% mais cara. Clima reduziu oferta, como nos demais. -
"Cafezinho"
O cafezinho na padaria subiu 16,70%. Além do grão caro, pesam custos de serviço: aluguel, mão de obra e máquinas. -
Abobrinha
De -15,40% em 2024 para +12,86%. Calor, seca e chuvas no primeiro semestre causaram quebras de safra. -
Tomate
Alta acumulada de 8,67%, com picos de 20-22% no início do ano. O mais sensível: chuvas excessivas e estiagens geraram perdas irreparáveis na produção.

